terça-feira, 26 de maio de 2009

Intimidade


Nosso tempo é a época da confusão entre o público e o privado. É difícil separar o que pode e deve ser mostrado daquilo que deve ficar restrito a algumas pessoas. Relações íntimas são transformadas em show e o ridículo muitas vezes se justifica como normal por ser fruto da intimidade.
O dicionário que achei aqui na estante, coitadinho dele, já nem capa tem mais, diz que esta palavra é sinônima de: “amizade íntima; relações íntimas”. Foi o João Alexandre, aquele músico, autor de belas canções, entre as quais “Pra Cima Brasil”, quem me provocou logo cedo hoje para que eu fosse buscar isso no dicionário. Engraçado, não tenho intimidade alguma com o João, mas como ele é público e famoso, trato como se fosse um amigo.
Vamos voltar ao assunto, o João fez esta provocação em uma entrevista sua no You Tube na qual ele comenta uma atitude lamentável de alguém, justificada como sendo fruto de intimidade com Deus. Será que eu deveria ser mais explícito? Afinal de contas tudo que estou tratando é de conhecimento público e está largamente publicado na net. Deixa lá, quem quiser vai atrás. Meu objetivo aqui é outro. Oxe! Lá estou eu outra vez a dar voltas. O que me interessa mesmo é a forma como o J A reagiu. Segundo ele se algo é íntimo não cabe diante de um auditório, em um show. Ele tem razão, intimidade equivale a relações íntimas e neste caso não faz sentido trazer para o público, a não ser no Big Brother. Aí vale um milhão de reais.
Difícil é separar. O que é o privado e o que é público? Semana passada me contaram algo que já havia sido dito a outras “trocentas” pessoas e depois o cara me diz que aquilo era algo particular. Confusão. Difícil. Enquanto as circunstâncias favorecem estas confusões passam mas existem algumas situações em que elas trazem grandes prejuízos. Em algumas relações somos completamente “insanos”. Aliás a relação íntima de um casal é assim. A cumplicidade permite a intimidade entre os dois e aí pode coisa que ninguém mais pode ou deve ver e quando “vaza” é problema. Como já citei o Big Brother, símbolo maior da exposição da intimidade, lembro aquela moça que mesmo estando no programa sofreu grande constrangimento ao saber que cenas íntimas foram levadas a público na internet, por alguém que roubara um celular seu.
A relação com Deus também é assim. Cada um tem o seu jeito, sua intimidade com Deus. Afinal, Deus trata a cada um de nós individualmente e aí existem coisas que a uns são permitidas e a outros proibidas. Existem ordens a serem cumpridas por alguns e que são completamente vetadas a outros. Experiências do outro não tem que ser a minha experiência. Cada qual no seu cada qual. A voz que fala a Paulo não tem que falar a Pedro. Então vou concordar com o João e não admitir que se utilize a intimidade com Deus como justificativa para atos insanos que dão ibope. Intimidade não é show.

Um comentário:

  1. 'DEUS TRATA A CADA UM DE NÓS INDIDUALMENTE!
    ...... CONCORDO PLENAMENTE ......

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