sábado, 3 de abril de 2010

Há um tempo para cada coisa


O momento crítico que estou enfrentando, com mãe hospitalizada após sofrer um AVC, mexe de tal forma comigo que nem sei se é hora de falar ou de calar. Queria escrever mas não o tenho feito por dois motivos: o primeiro é a falta da concentração necessária para escrever qualquer coisa que seja edificante tanto pra mim quanto para os que porventura leiam este blog. O segundo motivo é o cuidado que devo ter ao falar de um momento que não é só meu mas de toda a família que está extremamente tensa com a situação e por isso mesmo tem que ser poupada de qualquer coisa, principalmente comentários públicos maldosos ou mesmo bem intencionados, mas que possam trazer transtorno ao invés de conforto.
Contudo estes dias têm me trazido algumas oportunidades de aprendizado e reflexão, que nem toda a minha vida pregressa me trouxe. Vivi, vi e ouvi coisas que certamente marcarão minha alma por longos anos. Vozes, gritos e choros. Silêncios, murmúrios e risos. Tudo esses dias tem outro significado, tudo é elevado a uma potência diferente e talvez eu possa contar algumas das histórias no futuro próximo.
Por enquanto calar-me-ei na expectativa, esperança de que “o choro” que já dura mais que uma noite final mente dará lugar a alegria que vem ao amanhecer e na fé de que mesmo que passe pelo vale da sombra da morte não há o que temer. Tenho testemunhado bondade e misericórdia me seguindo e posso então compartilhar este momento com fé e paciência.